quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Edição 2021:



Comissão julgadora:


JURADO DO CONCURSO DO LOGO:

Rodrigo Mattos é artista visual e discente do curso de Artes Visuais da Universidade Federal de Santa Maria. É pesquisador (pelo Centro de Artes e Letras da UFSM) em poéticas visuais com atuação em pintura expandida e espaço.



JURADO DA CATEGORIA CRÔNICA (8º ANO E 9º ANO-E.F.):

Odemir Tex Jr. é formado em Letras pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Coleciona mais de 30 prêmios literários em poesia, conto e crônica pelo país, entre eles o Prêmio SESC de Poesia Carlos Drummond de Andrade - Brasília/DF, Felippe D'Oliveira - Santa Maria/RS, Festival de Música e Poesia de Paranavaí (FEMUP) - Paraná, Poesia no Ônibus de Porto Alegre, Prêmio Nacional de Poesia Cidade de Ipatinga - Minas Gerais. Foi integrante da Casa do Poeta de Santa Maria (CAPOSM) e da Academia Santamariense de Letras. Co-autor dos livros Santa Invasão Poética (poesia, 2007), A Sete Chaves (poesia, 2015) Delirismo (poesia, 2016), Descontos (contos, 2017), entre outros, além de organizar e publicar Baixada Melancólica – Contos da Depressão Central (contos, 2018) e Ano Passado Eu Morri (contos, 2019). É autor dos livros Para Uma Nova Didática do Olhar (2013) e A Triste Balada dos Herculóides Contra as Leis Terrenas (2019)."


JURADO DA CATEGORIA DOCUMENTÁRIO (1º ANO E 2º ANO-E.M.):

João Pedro W. Amaral é professor de Inglês e de Literatura. É Doutor em Estudos Literários pela Universidade Federal de Santa Maria. É idealizador e membro do Estúdio de Criação, projeto de letramento e criação cinematográficos para alunos de escolas públicas. Esse projeto foi vencedor do 11º Prêmio Professores do Brasil, promovido pelo MEC, na categoria Ensino Médio da região Sul do Brasil.


 

JURADA DA CATEGORIA ARTIGO DE OPINIÃO (3º ANO-E.M.):

Bruna Homrich Vasconcellos é jornalista formada pela UFSM (2013) e mestra em Comunicação Social pela mesma instituição (2020). Desde 2014, atua como jornalista, na Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Docentes da UFSM (Sedufsm/ANDES-SN), vinculando-se mais especificamente às pautas relacionadas à Educação, Trabalho, Minorias Sociais e Direitos Humanos.


GANHADORES:

 Categoria logo: 1º Ingridi Bertolotti Cadoná



 Categoria crônica: 1º lugar: Vitória Duarte Lopes 
                               2° lugar: Vitória Luiza Lapazini         
                              3° lugar: Ingridi Bertolotti Cadoná
                                                     
Categoria documentário: Ganhadores foram 1º e 2º ano do ensino médio 

Categoria artigo de opinião: 1º lugar: Thiago Bär Hammes 
                                              2º lugar:Arthur Sponchiado
                                              3° lugar: Laura Chielle 



         
                                           



Textos ganhadores


Outro tijolo na parede- Vitória Duarte Lopes

Sentada, em minha classe, em uma manhã de provas, eu pensava sobre a notícia que li na revista Humanista de Josnalismo e Direitos Humanos da UFRGS, que afirmava que “Escola sem partido é só uma nova forma de censura” e isso me levou ao pensamento sobre como o sistema de ensino é falho quando a questão é política, afinal, um posicionamento pode mudar toda uma perspectiva de um aluno e trazer conhecimanto até ele, citando como exemplo, a situação das vacinas e a negação do presidente mesmo diante de tantas mortes.

 Eu aprendi, desde sempre, que deveria sentar e escutar, então era o que sempre fazia mas diante de uma nova perspectiva sobre o mundo ao meu redor, percebi a necessidade do posicionamento e como a Vitória estudante pode mudar o mundo de pessoas que tinham a mesma visão de se acalentar e ter medo de expressar como são.

Na música de Pink Floyd, “Another Brick on the Wall (Pt 2)” (Outro Tijolo na Parede), temos um grito de rebelião contra a opressão do sistema, enfatizando principalmente a opressão feita pelo sistema de educação e toda censura causada pelos mesmos, que tem o objetivo único de nos transformarem em “outro tijolo na parede”, parede esta, usada como forma de nos transformar em uma sociedade sem opiniões divergentes e nos fazer isentos do conhecimento e de opinião, pois a restrição de conhecimento facilita a manipulação em massa. “Não precisamos de nenhuma lavagem cerebral”, queremos ver o que está acontecendo e queremos lutar por nós mesmo.

 A escola, que deveria ser um lugar de aprendizado e liberdade de expressão, torna-se um lugar de preconceitos, elitismo e opressão, afinal, em um estado laico, por que ainda temos ensino religioso, sendo este, colocado quase como uma doutrinação cristã? Por que em discussões sobre feminismo, racismo, sexualidade e saúde mental são completamente ignoradas? A reposta é simples; vivemos em um grande sistema que trabalha com opressão censura, onde pessoas como eu, que não se deixam calar pelo preconceito enfrentado diariamente são vistas como desrespeitosas ou fora do normal, mas em momento algum irei deixar que direções e regências negligentes quanto aos direitos enquanto alunos e como seres humanos me silenciarem, enquanto pessoas assim existirem, lutarei pelo meu direito e o direito de toda minha comunidade existir.

Estrelas apagadas -Vitória Luiza Lapazini

Poluição Luminosa, talvez muito pouca conhecida, e que passa por vezes despercebida, mas não por mim. Vivo minha vida rotineira, na pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul, sempre gostei muito de observar as estrelas a noite, a lua, uma visão de tirar o fôlego, se muitos felizmente tivessem esse privilégio. A poluição luminosa é um tipo de luz excessiva ou obstrutiva, criada por humanos, ela interfere no ecossistema e ilumina a atmosfera das cidades, reduzindo a visibilidade das estrelas.

Como eu vivo em uma cidade pouco populosa, sem muita iluminação, a visibilidade das estrelas e da lua é fácil, o ambiente não é poluído, o que faz a  paisagem ser ainda mais impressionante. Porém não é isso que acontece na maioria das cidades grandes, metrópoles, onde a luminosidade é maior, efetivando uma vista apagada.

Esse é apenas um dos problemas causados pela poluição luminosa, outro fato é que, os animais de hábitos noturnos, como as aves migratórias, que normalmente se guiam pela luz da lua e das estrelas, são prejudicados pela luminosidade artificial, os mesmos ficam desorientados, e podem chegar a morte. Além de dificultar o trabalho de vários astrônomos e pesquisadores, e consequentemente de pesquisas, que ajudam no desenvolvimento científico e tecnológico. Se todos nós pudéssemos evitar este tipo de poluição, que prejudica toda a vida na terra, além de apagar uma das melhores paisagens existentes, pequenos hábitos, como utilizar luzes de led, diminuir a luminosidade exterior e consumir sistemas de luz inteligentes e automáticos, faria um bem enorme para o planeta, os animais e a nós mesmos, que teríamos uma visão surreal de  nossa própria galáxia, um equilíbrio no ecossistema, e tenho certeza , uma qualidade de vida maior. Não precisamos de mais problemas ambientais do que já temos, ou preservamos nosso lar, ao contrário nosso futuro está comprometido.

A leitura que inspira de geração a geração- Ingridi Bertolotti Cadoná

Desde meados dos anos 1971, nos seus vinte anos Tranquilo Cadoná, trabalhava como entregador de jornais na empresa “ Jornal Alto Uruguai” se apaixonou pela leitura, após isso todos os dias sentava pela manhã no canto interno da área de sua casa, para apreciar a leitura do belo jornal, seguindo as tradições gaúchas, juntamente com a leitura do jornal tomava seu chimarrão feito por ele mesmo.

Com sua esposa a trabalhar, ficava sozinho. Para não se sentir tão só, aproveitava da companhia de suas pilhas de jornais para ler e apreciar a cada palavra. depois de muito tempo trabalhou na Escola Estadual de Educação Básica José Zanatta, aproximou-se ainda mais dos livros.

Em 2006 nascendo a sua primeira neta, com seus pais a trabalhar Ingridi com nove meses começou a ficar com tranquilo, vinte quatro do dia, Tranquilo lia para sua neta desde cedo ensinando a importância da leitura na vida.

Hoje no ano de 2021, Tranquilo com setenta anos e sua neta com quinze anos, continuam a ler todas as manhãs os jornais, vendo assim como a leitura é importante para todos nós.

Documetário 1° ano do ensino médio: https://youtu.be/C1K01kIkkHg



Documetário 2° ano do ensino médio:
Foi retirado do ar sem autorização

Racismo ou Injúria Racial?-Thiago Bär Hammes.

A nossa democracia é o regime em que não existem desigualdades ou privilégios de classes; temos que racismo é o preconceito através da discriminação; discriminação é separação. Logo, à luz dessas considerações, a democracia anula o racismo. Num país de raças, credos, costumes e religiões diferentes, é quase impossível não falarmos em racismo. Aqui, a bandeira da democracia, sobretudo a da democracia racial, não se confirma. O arremesso de uma banana ao jogador Daniel Alves foi o reinício da polêmica que nunca deixou de existir, enrustida nos corredores subterrâneos da sociedade. Orgulhar-se do oásis instalado na floresta amazônica, exaltar a mulata que rebola os quadris nas avenidas do Rio, provar dos parques gastronômicos da Bahia, comercializar em São Paulo, tudo isso compõe um belo cartão postal do Brasil. Porém, falta cor nesse cartão: o preto. Exatamente o preto que, como mercadoria, foi vendido, traficado, como também foram a madeira, as especiarias, o minério. A história registra que a Carta Áurea foi uma decisão política sem planejamento social. Com uma escrita rápida, os negros viram-se livres e. As porteiras foram, literalmente, abertas para a evasão dos negros. E pelas mesmas porteiras entraram europeus e asiáticos que substituíram a mão-de-obra escrava, a troco de ínfimos salários. Data dessa época o começo do trabalho análogo ao de escravo, cujos reflexos colhemos até hoje. Todavia, falarmos do racismo do africano, elevando o negro ao patamar máximo da discriminação, é ingenuidade. Uma porque o negro não foi escravizado por conta da ausência de cor. Um indivíduo sem alma, nas palavras fiéis da Igreja – mas porque, como coisa, insistimos, era a moeda da época; a duas porque racismo tornou-se sinônimo de intolerância e, assim, há uma lista enorme de itens repudiados por grande parte da sociedade: “quem gosta de velho é reumatismo”; “quem não é nada, é professor”; “aluno de escola pública só passa se tiver cota“; “preto, pobre e prostituta devem mofar na cadeia”. E os apontamentos grosseiros multiplicam-se ao sabor da ignorância. É verdade que, até hoje, poucas intervenções afirmativas foram destinadas à inclusão daqueles que vivem às margens do chantilly social. As cotas raciais e afins devem ser implementadas. Mas não é só: ao embalar políticas desse naipe, é preciso fixar no rótulo um prazo de validade. Vinte anos. Trinta anos. Até que a Educação, sem falsas máscaras, seja, de fato, garantida a todos os brasileiros, independentemente da raça.Também podemos citar que a cidade de Taquaruçu do Sul-RS,onde pessoas negras sofrem discriminação. Assim,podemos citar,como exemplo,a cidade de Taquaruçu do Sul-(RS),onde cidadãos negros,especialmente, os assalariados e moradores da chamada “Vila de Taquaruçu do Sul”,são segregados pela classe auta e média,fazendo com que essas pessoas,sejam “excluidas” ou “sem voz”,no meio da população.



Uma Cidade Presa no Tempo-Artur Sponchiado

‘’Entre as matas, os vales e os rios... ’’, assim começa o hino do município de Taquaruçu do Sul, que, desde 1919 vem sendo um lugar pacato e pequeno. De longe, parece-se como muitas outras cidades pequenas, segura, honesta, ingênua, porém basta aproximar-se um pouco para perceber o que há ‘’por trás dos panos’’.

Assim como dito no hino municipal, é admirável a sua natureza, que por sua vez, é a única coisa para se exaltar neste lugar. Um município de três mil habitantes é imaginável que deve ser um lugar muito tranquilo para viver, criar seus filhos e ter uma vida calma, contudo, discordo disso com todas as minhas forças. 3 072 pessoas vivendo no mesmo lugar, e quase todas, conseguem ter a mente vaga e fechada. A maioria da população destaca-se por pessoas de idade, o que dificulta que a cidade seja evoluída em assuntos da atualidade, pois, muitos ainda são presos às suas raízes antepassadas, 

Uma cidade totalmente perdida no tempo, que não se adapta às mudanças e que o povo não contribui, pois ainda está preso aos tabus do passado, dentre tantas opções para viver, essa não seria a melhor opção, ainda mais para quem é da comunidade LGBTQIA+, que sofreria com preconceito e olhares estranhos na rua durando todo o dia, sendo vítima de boatos, fofocas e chacotas. Péssimo lugar ainda, se você for negro, ou de outra raça que não seja europeia, pois, como a cidade foi colonizada por italianos, a maioria da população tem antepassado europeu, e o racismo ainda permanece na sociedade, taxando pessoas de cor morena como marginais. 

Política é o assunto mais polêmico da cidade toda, porém, as pessoas não sabem falar sobre política, a única coisa que sabem falar é sobre partidos e candidatos políticos. Toda época de eleição, só ouve-se falar em PT e MDB, os dois lados rivais, cada um com seus “zumbis” dispostos a discutir sobre qual é o melhor, fazendo suas apostas sobre qual vai vencer. Diz o cientista político e diretor da Pulso Público, Vitor Oliveira, que “A política não pode ser tabu, e por outro lado não pode ser um cabo de guerra”, mas é exatamente o oposto que acontece. Todavia, as discussões e as brigas são o de menos, isso é até tolerável perto da corrida por votos, quando a cidade inteira torna-se um leilão, uma disputa onde quem oferece mais dinheiro compra seus eleitores e seus votos e garante sua eleição. A cada quatro anos, cada lado gasta cerca de um milhão de reais apenas para a compra de votos. Entretanto, o problema maior é de quem está comprando ou quem está vendendo o voto?


O lugar onde vivo-Laura Chielle

Primeiramente, começarei com a seguinte frase de Aristóteles, que se encaixa perfeitamente com o que será tratado no meu texto: “O homem é um animal político”. Em pleno século XXI, apesar de todo o cenário catastrófico que vem ocorrendo devido à pandemia do covid-19, nós, moradores de Taquaruçu do Sul ainda passamos por problemas e picuinhas, decorrentes da política. A compra de votos e as discussões devido à lados partidários, infelizmente são atos presentes. 

Candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereadores ao invés de construírem uma campanha limpa e justa, acabam tornando-a suja, pois praticam a compra de votos. Porém, os moradores daqui ao invés de serem éticos e colaborarem para uma boa política, acabam vendendo. Como Cícero Braz afirmou: “Políticos tem muitos, mas homens de moral e caráter são poucos”. Acredito que o eleitor que vende seu voto, não tem o direito de querer exigir nada, mas é claro que não são todos que compram e vendem, há exceções. 

Se já não bastasse o que citei anteriormente, há outro fato vergonhoso, as discussões, sendo que elas não estão presentes apenas em épocas de eleição, pois as picuinhas ficam presentes durante todo o período de “reinado” do partido eleito. Alguns candidatos e eleitores já trancaram estradas ou ficavam circulando e cuidando para que seus concorrentes não pudessem comprar votos, alguns eleitores já foram agredidos por outros, enfim, isso é só uma amostra para se ter noção da infantilidade e falta de ética de alguns cidadãos. Isso se torna algo muito vergonhoso para nosso município, por não haver respeito com quem tem opinião contrária. 

É possível associar essas ações políticas com o coronelismo, prática comum, antigamente, em que uma pessoa, ou seja, o coronel retinha o poder econômico e exercia o poder local por meio da violência e das trocas de favores. A violência em nosso município é mínima, porém a troca de favores ocorre demasiadamente. Do mesmo jeito que o coronel fazia para obter o poder local, os candidatos, em busca de conquistar uma vitória, praticam a troca de favores, tendo como exemplo disso, a compra de votos. 

Portanto, está mais do que na hora de quem compra e vende votos se conscientizar de que isso é antiético, vergonhoso e sujo. Com isso, e com brigas, jamais se terá uma política justa. Não importa o partido eleito, devemos respeitar e colaborar em prol do bem comum. Para dar fim às minhas colocações, deixo a seguinte fala de Aristóteles: “A política não deveria ser a arte de dominar, mas sim a arte de fazer justiça”.





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